sexta-feira, 24 de abril de 2009

A arte como forma de comunicação

Acredito piamente que a arte é a melhor, mais eficiente e primitiva forma de comunicação.

Por meio da arte, o inconsciente coletivo aflora! Tudo que ferve dentro das nossas mentes e nossos corações transborda em forma de lágrimas, saltos, giros, acordes, harmonias, vocalizações, arpejos, caretas, suspiros, mímicas, olhares, cores, formas...

Todos os dias nos expressamos artisticamente! De manhã, instintivamente, escolhemos cores intimamente ligadas ao nosso estado de espírito e à imagem que queremos que as pessoas tenham de nós naquele determinado dia. Corremos para fugir da chuva e saltamos poças de água, algo semelhante à execução de vários Chásses seguidos de um Saut de Cheval ao som de
uma frenética canção, como aquelas dos filmes de Chaplin.

As gotas d'água emitem diversos sons, que variam de acordo com as superfícies que tocam! Uma sinfonia... um "x x x x x x x x x x x x x x x x x x" formado de vários tons, vários sons... o som da natureza em contato com os feitos do homem na superfície.

Pessoas se encaixam umas nas outras para conseguir entrar nos vagões dos ônibus e metros, formando esculturas humanas. Algo desumano como o aperto do transporte coletivo mostra quão humana é a disputa de vários seres por um mesmo espaço.

Em todas essas situações, estamos nos comunicando (direta ou indiretamente) com o mundo ao nosso redor! Assim, em tudo há arte! Tudo que fazemos . Ver arte em tudo é entender o toque divino em cada passo que damos, em cada paisagem, som, luz, cor, forma e movimento!

Viver é entender a arte que compõe todas as coisas, boas e ruins!

PS.: Título da foto: Eclipse
Querem entender melhor a foto? Explico no próximo post... mas, realmente, não tem nada a ver com corpos celestes! Tentem adivinhar!

Beijos! Muita arte pra vocês!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Quando todos são iguais

O trabalho dignifica o homem. Frase célebre, mas mal entendida. O grande trabalho edificante do homem consiste no exercício diário de sua análise do mundo, tolerância, compaixão e prática do valores que regem seus atos. Assim, o desemprego não significa desocupação, mas maior tempo para nos ocuparmos de nossos reais interesses, sonhos e reavaliação de metas pessoais.

Na fila do Seguro Desemprego, uma hora e meia de uma experiência incrível e inesquecível de análise da sociedade. Algumas pessoas pouco levantam a cabeça, evitam olhar passantes e demais desempregados, parecem enclausurados na vergonha da desocupação, parecem sentir-se nus. Ali, é como se todos estivessem realmente nus... desnudos de classe, cor, raça... todos igualmente aflitos, escravos da sociedade capitalista completamente desnorteados diante da novidade da liberdade.

Bolsas de marcas internacionais, óculos chiques e celulares de última geração e dentes bem tratados misturam-se a peles judiadas pelo sol, olhos cansados, dentes nunca cuidados por um especialista... antes publicitários, jornalistas, médicos, seguranças, domésticas, motoboys... Naquele momento, naquela fila... todos iguais.

Estar livre da algema que um crachá pode representar é poder olhar pra dentro de si e, em grande parte das vezes, resolver mudar totalmente de rumo e admitir que a estrada que estava sendo trilhada não levaria a lugar algum, não traria felicidade.

Nesses casos, a falta de registro formal em carteira é fato, mas a desocupação é uma opção! É a hora de apostar no sonho, de arriscar, de respirar fundo, caminhar pela rua prestando atenção no movimento das folhas das árvores e concretizar todos os projetos que foram covardemente guardados num lado escuro da alma diante de uma ilusão de segurança que uma assinatura num cadernino de capa azul traz.

Convido-os a subverter a lógica capitalista... ocupem-se de suas paixões e façam delas uma oportunidade de encontrar a felicidade e o trabalho que realmente vale a pena, que alimenta alma, coração e conta bancária.